A aldeia Maracanã
um movimento contra o índio arquivado
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v6i2.123Palavras-chave:
índios urbanos, educação indígena, etnografia, construção de identidadesResumo
Este artigo reflete sobre a integração das vozes nativas aos meios produtores de conhecimento como a academia a partir de um trabalho de campo realizado num antigo museu ocupado, localizado no bairro de Maracanã, Rio de Janeiro. O local foi palco de uma disputa entre índios de diferentes etnias e o Estado, que se encerrou em 2013. Durante sete anos eles moraram no lugar que serviu como sede do primeiro museu indígena brasileiro fundado por Darcy Ribeiro. Esses indígenas reivindicam um “direito de fala” em contraposição ao que chamam de índio arquivado: o corpo de conhecimento acadêmico que identifica a existência social das comunidades indígenas.
Referências
BRASIL. 1988. “Art. 232”. In: ______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 23 fev. 2016.
______. 2009. Decreto no 7.056, de 28 de dezembro de 2009. Diário Oficial da República Federativado Brasil, Poder Executivo, Brasília, 29 dez. 2009, p. 2.
______. 2012. Lei no 12.711, de 29 de agosto de 2012. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, 30 ago. 2012, p. 1.
CASTRO, Eduardo V. 2002. “O mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selvagem”. In: ______. A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naify. pp. 181-264.
CLIFFORD, James. 1998. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.
CLIFFORD, James; MARCUS, George E. (eds.). 1986. Writing culture: the poetics and politics of ethnography. Berkeley: University of California Press.
CONKLIN, Beth A. 1997. “Body paint, feathers and VCRs: aesthetics and authenticity in Amazonian activism”. American Ethnologist. 24(4):711-737. http://dx.doi.org/10.1525/ae.1997.24.4.711
COSTA, Daniele. 2011. Quando os índios vêm para a cidade: magia e narrativa no Instituto Tamoio dos Povos Originários. Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
CUNHA, Manuela C. 1986 “Etnicidade: da cultura residual mas irredutível”. In: ______. Antropologia do Brasil: mito, história, etnicidade. São Paulo: Brasiliense.
DAFLON, Verônica T.; FERES JÚNIOR, João; CAMPOS, Luiz A. 2013. “Ações afirmativas raciais no ensino superior público brasileiro: um panorama analítico”. Cadernos de Pesquisa, 43(148):302-327. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742013000100015
DAMASCENO, Natanael. 2006. “Índios de 17 etnias mantêm ocupação do antigo Museu do Índio”. O Globo, Outubro 21. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/indios-de-17-etnias-mantem-ocupacao-do-antigo-museu-do-indio-4554589> Acesso em: 23 fev. 2016.
DAVID, Moisés; MELO, Maria L.; MALHEIRO João M. S. 2013. “Desafios do currículo multicultural na educação superior para indígenas”. Educação e Pesquisa, 39(1):111-125. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022013000100008
GOLDMAN, Márcio. 2008. “Os tambores do antropólogo: antropologia pós-social e etnografia”. Ponto Urbe, Revista do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, 3: 1-11.
GONÇALVES, José Reginaldo. 2002. A retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de janeiro: Editora UFRJ/MinC-Iphan.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 2000. Censo 2000. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/educacao/bras_tab112.pdf>. Acesso em: 23 fevereiro de 2016.
MARCUS, George. 1991. “Identidades passadas, presentes e emergentes: requisitos para etnografias sobre a modernidade no final do século XX ao nível mundial”. Revista de Antropologia, 34:197-221.
OLIVEIRA, João P. 1998. ”Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana, 4(1):47-77. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131998000100003
RIBEIRO, Darcy. 1985. Aos trancos e barrancos: como o Brasil deu no que deu. Rio de Janeiro: Guanabara Dois.
SAHLINS, Marshall. 1997a. “O ‘pessimismo sentimental’ e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um ‘objeto’ em via de extinção (parte I)”. Mana, 3(1):41-73. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131997000100002
______. 1997b. “O ‘pessimismo sentimental’ e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um ‘objeto’ em via de extinção (parte II)”. Mana, 3(2):103-150. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131997000200004
TERENA, Marcos. 2003. “Posso ser o que você é, sem deixar de ser quem sou”. In: M. N. Ramos, J. M. Adão & G. M. N. Barros (orgs.), Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
VILAÇA, Aparecida. 2000. “O que significa tornar-se outro? Xamanismo e contato interétnico na Amazônia”. Revista brasileira de Ciências Sociais, 15(44):56-72.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2014 Revista de Antropologia da UFSCar
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.