A vitória do tapir

notas sobre uma teoria ayoreo sobre o “cansaço de viver”

Autores

  • Leif Grünewald

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v10i2.261

Palavras-chave:

Ayoreo, Chaco, mito, modos de existência

Resumo

O presente ensaio cuida examinar, a partir de um conjunto de pequenos fragmentos de algumas narrativas míticas contadas pelos Ayoreo, um povo falante de uma língua Zamuco que habita a região do Chaco Paraguaio, o desenvolvimento de um tema mítico que parece se encontrar mais ou menos difundido nas mitologias de diferentes povos ameríndios, o ‘cansaço de viver’, suas conexões com o modo de existência de uma classe de pessoas que os Ayoreo nomeiam de choquijnajnupi, ‘[aquele/aquela] cansado de viver’, e os efeitos produzidos por essa condição na sociocosmologia das pessoas desse povo.

Referências

ALMEIDA, M. 2011. “La formula canonica del mito” In: BOLLETIN, P. & ATHIAS, R. (org.) Claude Lévi-Strauss: Visto Dal Brasile. Padova: CLEUP.

BARTOLOMÉ, M. A. 2000. El Encuentro De La Gente Y Los Insensatos. La Sedentarización De Los Cazadores Ayoreo En El Paraguay Assunção: Centro De Estudios Antropológicos De La Universidad Católica (Ceaduc)

BESSIRE, L. 2014. Behold the Black Caiman: a chronicle of Ayoreo life. Chicago: Chicago University Press

CANOVA, P. 2015. “Los ayoreos en las colonias menonitas. Análisis de un enclave agro-industrial en el Chaco paraguayo” In: Lorena Còrdoba, Federico Bossert & Nicolas Richard. Capitalismo en las selvas : Enclaves industriales en el Chaco y Amazonia indígenas (1850-1950). San Pedro de Atacama (Chile): Ediciones del Desierto.

BOAS, F. 1894. Chinook Texts. Washington: U. S. Bureau of American Ethnology. [Bulletin, no. 20]

CALHEIROS, O. 2014. Aikewara: esboços de uma sociocosmologia tupi-guarani. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ.

CUMMINGS, V., JORDAN, P. and M. ZVELEBIL. 2014 (eds.) The Oxford Handbook of the Archaeology and Anthropology of Hunter-Gatherers. Oxford: Oxford University Press.

ESPÍNOLA, C. V. 1995. O Sistema Medico Waimiri-Atroari; Concepções E Práticas. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina

FISCHERMANN, B. 1988. Zur Weltsicht des Ayoréode Ostboliviens. Rheinischen FriedrichWilhelms-Universität: Bonn.

GOW, P. 2001. An Amazonian Myth and its History. Oxford: Oxford University Press.

GRÜNEWALD, L. 2015. O Fascismo dos Homens Bons: sobre padres e os Ayoréode do alto Paraguay. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense

HUGH-JONES, S. 2014. “Caixa de Pandora: estilo alto-rio-negrino”. R@U, 6 (1), jan./jun. 2014: 155-173.

LÉVI-STRAUSS, C. 1957. “La Geste de Asdiwal”. Annuaires de l’École pratique des hautes études (66) pp. 3-43.

______. 1964. Le Cru et le Cuit. Paris: Plon.

______. 1985. The View from Afar. Chicago: University of Chicago Press.

______. 1996. “A estrutura dos mitos”. In Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Ed. Tempo Brasileiro.

LIMA, T. S. 2005. Um Peixe Olhou para Mim. São Paulo: Edunesp

MUNN. N. 1992. The Fame of Gawa. Durham/London: Duke University Press.

MÈTRAUX, A. 1946. “Ethnography of the Chaco”. In. Steward, Julian H. (ed.) Handbook of South American Indians Vol. 1: The marginal tribes, p. 197-370 Smithsonian Institution, Bureau of American Ethnology, Bulletin 143 Washington: Government Publishing Office.

OTAEGUI, A. 2014. Les Chants De Nostalgie Et De Tristesse Des Ayoreo Du Chaco Boréal Paraguayen (Une Ethnographie Des Liens Coupés). Tese de Doutorado. Paris: EHESS.

SEBAG, L. 1965. “Le chamanisme ayoréo”, L’Homme v.1, janeiro-março: 7-32; v.2, abril-junho: 92-122.

______. 1977: Les Ayoré du Chaco septentrional. Étude critique à partir des notes de Lucien Sebag. La Haya: Mouton.

VIVEIROS DE CASTRO. 1986. Araweté: Os Deuses Canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

______. 1996. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana 2. Rio de Janeiro: Museu Nacional, Contra Capa, pp. 115-144.

______. 2002 Atualização e contraefetuação do virtual: o processo do parentesco. In: VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo: A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, pp. 401-456.

SEEGER, A.; DA MATTA, R.; VIVEIROS DE CASTRO, E”A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras”. Boletim do Museu Nacional, n. 32, p. 2-19

STENGERS, I. & BENSAUDE-VINCENT, B. 2003. 100 mots pour commencer a penser les sciences. Paris: Les Empêcheurs de Penser en Rond.

STERPIN, Adriana. 1993. “La chasse aux scalps chez les Nivacle du Gran Chaco”. Journal de la Société des Américanistes, V. 79, N.1 p. 33 - 66

Downloads

Publicado

01-12-2018

Como Citar

Grünewald, L. (2018). A vitória do tapir: notas sobre uma teoria ayoreo sobre o “cansaço de viver”. Revista De Antropologia Da UFSCar, 10(2), 214–240. https://doi.org/10.52426/rau.v10i2.261