Aprsentação ao dossiê: Outras imagens do pensamento para a etnologia dos povos Jê do Brasil Central
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v11i2.306Palavras-chave:
Jê, Brasil Central, etnologiaResumo
Este dossiê tem uma história. Ele surge de encontros, amizades, contínuos debates e reflexões entre pesquisadoras e pesquisadores e, principalmente, de uma profunda reverência aos conhecimentos dos povos indígenas falantes de línguas da família linguística Jê e que habitam a área etnográfica conhecida como Brasil Central. As primeiras linhas do que hoje se concretiza nessas páginas foram traçadas em Tocantinópolis, no Estado do Tocantins, cidade localizada à margem esquerda do rio Tocantins, na divisa com o Estado do Maranhão. Não por acaso, a área do município de Tocantinópolis está sobreposta à Terra Indígena do povo Apinajé, conhecido na etnologia brasileira pelas etnografias de Curt Nimuendaju (1939), Roberto DaMatta (1976) e Odair Giraldin (2000). Foi ali, em contato com os primeiros indígenas Apinajé a adentrarem como estudantes no campus local da Universidade Federal do Tocantins, que surgiu, em 2012, o grupo de pesquisa Redes de Relações Indígenas no Brasil Central, coordenado por André Demarchi e Odilon Morais, ambos professores daquela universidade e realizando pesquisas de doutorado com povos Jê, respectivamente Mebengôkre (Kayapó) e Akwẽ (Xerente).
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