Agregados orgânicos e inorgânicos na foz do rio Doce (e) em publicações científicas

Eliana S. J. Creado

doi:10.52426/rau.v14i1.411

Autores

Eliana S. J. Creado UFES

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v14i1.411

Palavras-chave:

desastre ambiental, toxicidade, crime desastre da Samarco, virada elemental, ferro, metais pesados

Resumo

A pesquisa está sendo realizada desde 2021, e se dá junto a artigos científicos. A proposta nasceu de experiências pregressas de pesquisa e extensão, quando atingidas/os humanas/os apresentaram dúvidas sobre as possíveis consequências na saúde da presença dos metais pesados que se espalharam pelas águas do rio Doce e no Oceano Atlântico, a partir do crime-desastre da mineradora Samarco, de 2015. Essas dúvidas foram apresentadas em reuniões públicas das quais cientistas devotados à questão da biodiversidade participavam, e eles não respondiam às indagações de modo assertivo e ouviam críticas a isso. Os artigos foram analisados para se compreender essas (quase) respostas pela via do conhecimento científico, bem como se reverberavam outras preocupações de atingidas/os. O que notei foi uma profusão de agenciamentos orgânicos e inorgânicos, sem a conjugação direta dos entrelaçamentos entre as diferentes vidas, humanas e não-humanas.

Referências

ALAIMO, Stacy. 2017. “Feminismos transcorpóreos e o espaço ético da natureza”. Rev. Estud. Fem., 25(2): 909-934.

ANDRADE, Rodrigo de O. 2021. “O efeito Sci-Hub: estudo sugere que artigos baixados do repositório pirata recebem mais citações”. Pesquisa Fapesp, Edição 307, set. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-efeito-sci-hub/

ARAÚJO, Cristiano V. M. et al. 2020. “Not only toxic but repellent: what can organisms’ responses tell us about contamination and what are the ecological consequences when they flee from an environment?”. Toxics, 8 (4): 1-22.

ARAÚJO, Giovana M. 2020. Humanos e não-humanos: para um debate acerca das relações entre afetados pelo crime desastre da Samarco e o rio Doce a partir de materiais textuais e imagéticos. Monografia de Conclusão de Curso. DCSo, Universidade Federal do Espírito Santo.

BALCOMBE, Jonathan. 2016. What a fish knows: the inner lives of our underwater cousins. New York: Scientific American/ Farrar, Straus and Giroux.

BALLESTERO, Andrea. 2019. A future history of water. Durham, London: Duke University Press.

BERNARDINO, Angelo F.; PAIS, Fabiano S.; OLIVEIRA, Louisi S.; GABRIEL, Fabricio A.; FERREIRA, Tiago O.; QUEIROZ, Hermano M.; MAZZUCO, Ana Carolina A. 2019. “Chronic trace metals effects of mine tailings on estuarine assemblages revealed by environmental DNA”. PeerJ 7:e8042: 1-18.

BIRD ROSE, Deborah. 2013. “Slowly ~ Writing into the Anthropocene”. TEXT Special Issue Writing creates ecology: ecology creates writing, 20: 1-14.

BONECKER, Ana Cristina T.; CASTRO, Márcia S.; COSTA, Patrícia G.; BIANCHINI, Adalto; BONECKER, Sérgio L. C. 2019. “Larval fish assemblages of the coastal area affected by the tailings of the collapsed dam in southeast Brazil”. Regional Studies in Marine Science, 32(100848): 1-10.

CORBISIER, Thaïs N.; DENADAI, Márcia R.; LOTUFO, Tito M. da Cruz; TURRA, Alexander. 2021. “Ecologia do bentos marinho”. In: J. Harari (org), Noções de Oceanografia. São Paulo: Instituto Oceanográfico. pp. 649-680.

COSTA, Giulia B.; RAMLOV, Fernanda; DE RAMOS, Bruna; KOERICH, Gabrielle; GOUVEA, Lidiane; COSTA, Patrícia G.; BIANCHINI, Adalto; MARASCHIN, Marcelo; HORTA, Paulo A. 2019. “Physiological damages of Sargassum cymosum and Hypnea pseudomusciformis exposed to trace metals from mining tailing”. Environmental Science and Pollution Research, 26(36): 36486-36498.

COUZEMENCO, Fernanda. 2022. “Óleo da Imetame vaza próximo à Reserva de Comboios em Linhares”. Século Diário, 15/02/2022.

CREADO, Eliana S. J.; SILVA, Bianca J.; TRIGUEIRO, Aline; LEONARDO, Flávia A. M. 2017. “Práticas de ser, conhecer, pensar e escrever: incertezas e disputas sobre as condições das águas na foz do rio Doce no pós-rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco”. Anais VI ReACT, 3: 247-275.

CREADO, Eliana S. J.; HELMREICH, Stefan. 2018. “Uma onda de lama: viagem de águas tóxicas, de Bento Rodrigues ao Atlântico brasileiro”. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, 69: 33-51.

CREADO, Eliana S. J. 2020. “Rejeitos de mineração e (des)controles ambientais em uma área costeira brasileira”. Cadecs, 8(2): 84-106.

DESCOLA, Philippe. 2014. “Modes of being and forms of predication”. HAU, 4(1): 271-280.

DESPRET, Vincianne. 2013. “From secret agents to interagency”. History And Theory, 52: 29-44.

FRAGA, Naiara S.; MARTINS, Agnaldo S.; FAUST, Derek R.; SAKAI, Haruya; BIANCHINI, Adalto; DA SILVA, Cinthia C.; AGUIRRE, A. Alonso. 2018. “Cadmium in tissues of green turtles (Chelonia mydas): A global perspective for marine biota”. Science of the Total Environment, 637-638: 389-397.

GOMES, Vicente; SALDANHA-CORRÊA, Flávia. 2021. “A vida no mar”. In: Joseph Harari (org.), Noções de Oceanografia. São Paulo: Instituto Oceanográfico. pp. 427-446.

HANNIGAN, John. 1995. Environmental Sociology. London and New York: Routledge.

HARARI, Joseph (org.). 2021. Noções de Oceanografia. São Paulo: Instituto Oceanográfico.

HARAWAY, Donna. 2016. Staying with the trouble. Durham, London: Duke University Press.

HARDING, Sandra. 2019. “Objetividade mais forte para ciências exercidas a partir de baixo”. Em construção: arquivos de epistemologia histórica e estudos de ciência, 5: 143-162.

HELMREICH, Stefan. 2015[2007]. “Um antropólogo debaixo d’água: Paisagens Sonoras Imersivas, Ciborgues Submarinos e Etnografia Transdutora”. Cadecs, 3(1): 174-214.

_____. 2020. “Wave Theory ~ Social Theory”. Public Culture, 32(2) [91]: 287–326.

_____. 2021. “Elementary forms of elementary forms: old, new and wavy”. In: Dimitris Papadoulos; Maria P. de la Bellacasa; Natasha Myers (ed.), Reactivating elements: chemistry, ecology, practice. Durham and London: Duke University Press. pp. 70-83.

JUE, Melody. 2020. Wild blue media: thinking through seawater. Durham: Duke University Press.

LATOUR, Bruno. 2000 [1994]. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34.

LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. 1997. A vida de laboratório: a fabricação dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

LINTON, Jamie; BUDDS, Jessica. 2014. “The hidrosocial cycle: defining and mobilizing a relational-dialectial approach to water”. Geoforum 57: 170-180.

MATTEWS-CASCON, Helena; BEZERRA, Luís E. A.; BARROSO, Cristiane X.; RABAY, Soraya G.; MOREIRA, Ana K.; ROCHA, Valesca P.; SOARES, Marcelo de O. 2018. “Marine benthic communities affected by the Doce River (southwestern Atlantic): Baseline before a mining disaster”. Marine Pollution Bulletin, 135: 1000-1006.

MAYORGA, Luís F. S. P.; VANSTREELS, Ralph E. T.; BHERING, Renata C. C.; MAMEDE, Natália; COSTA, Luiz M. B.; PINHEIRO, Flávia C. F.; REIS, Luciano W. D.; TRAZZI, Alessandro; MEIRELLES, Wilson L. C.; RIBEIRO, Allan M.; SALVATORE, Siciliano. 2020. “Strandings of cetaceans on the Espírito Santo coast, Southeast Brazil, 1975–2015”. ZooKeys, 948: 129-152.

MIRANDA, Lucília S.; MARQUES, Antonio C. 2016. “Hidden impacts of the Samarco mining waste dam collapse to Brazilian marine fauna – an example from the staurozoans (Cnidaria)”. Biota Neotropica, 16(2): 1-4.

MONTONE, Rosalinda C. “Bioacumulação e biomagnificação”. Disponível em: https://www.io.usp.br/index.php/oceanos/textos/antartida/31-portugues/publicacoes/series-divulgacao/poluicao/811-bioacumulacao-e-biomagnificacao%20. Acesso em 13 mar. 2022.

PERPETUO, Marcela P.; SILVA JÚNIOR, Roberto D. 2021. “O desastre minerário no vale do rio Doce e as disputas políticas em torno da contaminação”. In: X Encontro Anual da Anppas, Campinas.

RILES, Annelise. 2006. “Introduction: in response”. In: A. Riles (ed.), Documents: artifacts of modern knowledge. Estados Unidos: The University of Michigan Press. pp. 1-18.

SCHETTINI, Carlos A.; HATJE, Vanessa. 2020. “The Suspended Sediment and Metals Load from the Mariana's Tailing Dam Failure to the Coastal Sea”. Integrated Environmental Assessment and Management, 16(3): 661-668.