Mulher-fiel
O dia de visita numa prisão paulista
Palavras-chave:
mulher, família, prisãoResumo
Este texto é sobre mulheres fiéis, não fiéis, talvez fiéis. É um esforço de tornar inteligível, num curto espaço, o que se diz sobre mulheres de presos, por mulheres de presos. O que as cunhadas, como são denominadas as mulheres que visitam seus maridos presos em cadeias de domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC), dizem sobre as mulheres que têm o dia de visita nos presídios paulistas como um evento rotineiro de suas existências? Em outros termos, o que dizem as cunhadas sobre as mulheres que estão na caminhada? Entre muitas coisas, dizem que é indispensável ser mulher-fiel. Este texto é, portanto, sobre a produção da mulher-fiel. Uma tarefa irrealizável, como se verá, sem que se produzam mulheres de proceder, disciplina, mulheres que enfrentam os sacrifícios; mulheres do preso, mulheres do cara, mulheres que gosta do ladrão; talaricas, recalcadas, mulheres que gostam de cadeia, mulheres que gostam do crime.
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