Identidade e política:
a prostituição e o reconhecimento de um métier no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v2i1.20Palavras-chave:
prostituição, Rio de Janeiro, Mobilização social, reconhecimento, grupos profissionaisResumo
Este artigo procura analisar o percurso de mobilização das prostitutas no Rio de Janeiro até o reconhecimento de uma identidade profissional. A formação das associações de prostitutas no Brasil, a partir dos anos 1980, a participação efetiva no movimento de prevenção da AIDS e a interlocução com o Ministério da Saúde na conquista do almejado registro da prostituição na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério de Trabalho, contribuíram para a definição de suas causas e serão aqui restituídos de seus contextos político, social e urbano, de modo a evidenciar o desenvolvimento de um código deontológico de um grupo profissional.
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