A geometria do axé
o sincretismo como topologia
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v9i2.209Palavras-chave:
religiões de matriz africana, axé, topologia, sincretismoResumo
As casas de religião de matriz africana com as quais trabalhei em minha pesquisa de campo caracterizam-se pela coexistência em seu interior de diferentes lados rituais. O termo lado pode ser usado tanto para designar formas mais abrangentes, tais como batuque, umbanda, quimbanda, quanto para nomear práticas mais específicas do ritual, tal como o culto dos seres sobrenaturais, como orixás, exus, etc. Mesmo o batuque, que se define como um lado, tem os seus diferentes lados internos, as chamadas nações, como, por exemplo, cabinda, jeje e ijexá. O objetivo deste texto é descrever alguns dos agenciamentos topológicos implicados nos procedimentos de corte e de conexão entre esses múltiplos lados. Para isso tomarei como referência a atividade musical dos responsáveis pela percussão dos tambores rituais, os quais circulam entre diferentes casas de religião e seus respectivos lados. Sugiro, por fim, que essa topologia ou geometria, associada ao axé dos tamboreiros, nos permite pensar de outro modo o sincretismo.
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