No Salgado tem de tudo (ou Uma cidade dentro de Caruaru)

Autores

  • Wecisley Ribeiro do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v10i1.266

Palavras-chave:

cidade, trabalho, vestuário, feira livre

Resumo

O artigo traz um relato sobre o trabalho dos produtores e comerciantes de vestuário de Caruaru-PE-BR, tomando como referência suas territorialidades específicas. Para tal recorre à descrição do maior bairro do município, predominantemente habitado por trabalhadores. O objetivo é chamar atenção para o modo pelo qual as relações de vicinalidade e parentesco subjazem às estratégias econômicas destes trabalhadores, engendrando não apenas as múltiplas práticas profissionais que se testemunha no local, senão também o bairro ele próprio (com suas características urbanísticas e econômicas). O material apresentado foi registrado durante o trabalho de campo etnográfico realizado na região, entre os anos de 2009 e 2013. Os resultados sugerem a relevância da organização familiar e vicinal do trabalho para o desenvolvimento urbano e regional, no contexto etnográfico.

Referências

APPADURAI, Arjun. 1986. The Social Life of Things: Commodities in Cultural Perspective. Cambridge: Cambridge University Press.

BOURDIEU, Pierre. 1998. Contre-feux: propos pour servir à la resistence contre l’invasion néoliberale. Paris : Raisons D’Agir.

______. 1974. “Alta costura e alta cultura”. Noroit, 192. (versão em PDF).

COMERFORD, John Cunha. 2003. Como uma família: sociabilidade, territórios de parentesco e sindicalismo rural. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

CONDÉ, José. 1968. Terra de Caruaru. Rio de Janeiro: Edições Bloch.

ELIAS, Norbert; SCOTSON, John L. 2000. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena cidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

ESPÍRITO SANTO, Wecisley Ribeiro do.; OLIVEIRA, Eugênia; OLIVEIRA, José Mário de.;

OLIVEIRA, Eugênio Mário de. 2017. “Trabalho e mobilidade: uma biografia familiar e seus contextos culturais”. In: Revista da ABET. Volume 16, N. 2. ISSN 1676-4439.

ESPÍRITO SANTO, Wecisley Ribeiro do. 2015. “Não ser empregado, não ter empregado: o trabalho com a família, para a família e suas variações”. Anuário Antropológico. ISSN 0102-4302. Brasília, UnB, v. 40, n. 1: 257-278.

______. 2013. “Feira da Sulanca: tradições, mudanças e conflitos sociais em Caruaru/PE”. In: Leite Lopes, José Sergio; Cioccari, Marta. (Org.). Narrativas da desigualdade: memórias, trajetórias e conflitos. 1ed.Rio de Janeirio: Mauad, v. I, p. 15-35.

______. 2013. Sulanqueiras: o trabalho com vestuário e outros ofícios em Caruaru-PE. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: PPGAS/Museu Nacional/UFRJ.

______. “Memórias de Família: a costura de vestuário e outros ofícios em Caruaru-PE”. In: Iluminuras (Porto Alegre), v. 13, p. 218-235, 2012.

HARVEY, David. 2014. Cidades Rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes.

INGOLD, Tim. 2012. “Toward an Ecology of Materials”. In: Annual Review Anthropology. ISSN 41427-442.

KOPYTOFF, Igor. 1986. “The cultural biography of things: commoditization as process”. In: Appadurai, Arjun. The Social Life of Things: Commodities in Cultural Perspective. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 64-91.

LEITE LOPES, José Sergio. 1988. A tecelagem dos conflitos de classe na ‘cidade das chaminés’. São Paulo: Editora Marco Zero.

LYRA, Maria Rejane Souza de Britto. 2005. “Sulanca X Muamba: rede social que alimenta a migração de retorno”. In: São Paulo em perspectiva. vol.19 no.4 São Paulo Oct./Dec. ISSN 0102-8839.

MARICATO, Ermínia. 2013. “É a questão urbana, estúpido!” In: Maricato, Ermínia et al. Cidades Rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo: Carta Maior.

MARTINS, Magno. 1993. O nordeste que deu certo. Recife: Editora Comunicarte. Nora, Pierre. 1989. “Between Memory and History: les lieux de memoire”. Representations, 26: 7-25.

PINA CABRAL, João de; LIMA, Antónia Pedroso de. 2005. “Como fazer uma história de família: um exercício de contextualização social”. Etnografica. Vol. IX (2), (p. 355-388).

RABOSSI, Fernando. 2008. “Em la ruta de las confecciones” in: Critica en desarrollo: revista latinoamericana de ciencias sociales. número 02, segundo semestre, ISSN: 1851-4472.

______. 2004. Nas ruas de Ciudad del Este: vidas e vendas num mercado de fronteira. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: PPGAS/MN/UFRJ.

RIBEIRO, Gustavo Lins. 2007. “El sistema mundial no-hegemónico y la globalización popular”. Série Antropologia. Vol. 410. Brasília: DAN/UNB.

SCHAWARTZ, Oliver. 1990. Le monde prive des ouvrier: hommes et femmes du Nord. Paris: Quadrige/PUF.

SHAW, Rosalind. 2002. Memories of the slave trade: ritual and the historical imagination in Sierra Leone. Chicago and London: Chicago University Press.

SOUZA, Alana Moraes de. 2012. “A gente trabalha onde a gente vive”. A vida social das relações econômicas: parentesco, “conhecimento” e as estratégias econômicas no agreste das confecções. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Filosofia e Ciências Sociais/ Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia.

WEBER, Florence. 1989. Le Travail à-côté: Étude d’ethnographie ouvrière. Paris: Ed. De l’École des hautes études em sciences sociales.

Downloads

Publicado

01-12-2018

Como Citar

Espírito Santo, W. R. do. (2018). No Salgado tem de tudo (ou Uma cidade dentro de Caruaru). Revista De Antropologia Da UFSCar, 10(1), 330–350. https://doi.org/10.52426/rau.v10i1.266