“Tudo é rua”
apropriações, espaços e corpos no mercado do sexo em São Carlos/SP
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v11i1.298Palavras-chave:
apropriação do espaço, corpo, mercado do sexo, ruaResumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar as diferentes formas de apropriação espacial por mulheres e travestis que desenvolvem a atividade de prostituição na região da Avenida Getúlio Vargas, na cidade de São Carlos/SP. A etnografia contribuiu para a percepção de como as profissionais do sexo produziam, viam e se relacionavam com este espaço e com a cidade, bem como possibilitou notar que, para elas, esta região possuía divisões, apropriações específicas e características próprias. Toda a referida região, que inclui a Avenida, era por elas percebida como Rua, e esta, por sua vez, era classificada em categorias, como frente, atrás, dentro, baixo e fundo, apresentando uma sintaxe própria, códigos internos que, de certa forma, atrelavam espaços e corpos. A partir desse contexto, argumento que a Rua apresenta possibilidades analíticas que parecem extrapolar os limites colocados por alguns conceitos e categorias muito mobilizados na antropologia urbana (tais como Casa & Rua; Pedaço; Código-Território), permitindo reflexões sobre as relações entre apropriação e construção de espaços e corpos.
Referências
ASKABIDE. 2006. Violéncia de género y prostitución: La violência de género contra El colectivo de mujeres que ejercen la prostitución. Bilbao, Ed. Mensajero.
BECKER, Howard. 1996. “A Escola de Chicago”. Mana: estudos de antropologia social, vol. 2, n. 2, out/1996. pp. 177-188.
DAMATTA, Roberto. 1991. A Casa e a Rua. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan.
DOS SANTOS, Rafael F. Gonçalves. 2012. As aparências enganam? O fazer-se travesti em Campos dos Goytacazes - RJ. Dissertação de Mestrado, UERJ.
FONSECA, Claudia. 1996. “A dupla carreira da mulher prostituta”. In: Estudos feministas N1.
FRANÇA, Marina Veiga. 2014. “Quando a intimidade sobe e desce as escadas da zona boêmia de Bolo Horizonte”. Cad. Pagu [online]. n. 43, pp. 321-346.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. 1998. Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade. São Paulo: Hucitec.
______. 1999. Mystica urbe: um estudo antropológico sobre o circuito neoesotérico na metrópole. São Paulo: Studio Nobel.
______. 2012. Da periferia ao centro: trajetórias de pesquisa em Antropologia Urbana. São Paulo: Editora Terceiro Nome.
MEDEIROS, R. 1999. Hablan las putas! Sobre las practicas sexuales, prostitución y SIDA en el mundo de la prostitución de Barcelona. 2ª ed. Barcelona, Virus Editora.
MOIRA, Amara. 2016. E se eu fosse puta. São Paulo: Hoo Editora.
OLIVAR, José Miguel Nieto. 2013. Devir Puta: políticas da prostituição de rua na experiência de quatro mulheres militantes. Rio de Janeiro: EdUERJ.
PARK, R. E. 1979. “A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano”. 4. ed. In: VELHO, Otávio G. (Org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar pp. 26-67.
PATRIARCA, Letizia. 2015. As corajosas: etnografando experiências travestis na prostituição. Dissertação em Antropologia Social, PPGAS – USP.
PELÚCIO, L. 2009. Abjeção e desejo: uma etnografia travesti sobre o modelo preventivo de AIDS. São Paulo: Annablume-Fapesp.
PEREIRA, Alexandre Barbosa. 2005. “De rolê pela cidade”: os pixadores em São Paulo. Dissertação de mestrado em Antropologia Social. São Paulo: FFLCH – USP.
PERLONGHER, Nestor. 1987. O Negócio do Michê: prostituição viril em São Paulo. São Paulo: Brasiliense.
______. 1993. “Antropologia das Sociedades Complexas: Identidade e Teritorialidade, ou como estava vestida Margareth Mead”. Revista Brasileira de Ciências, nº 22: 137-144.
______. 2005. “Territórios Marginais”. In GREEN, J.; TRINDADE, R. Homossexualismo em São Paulo e Outros Escritos. São Paulo: Editora Unesp. pp. 263-290.
PISCITELLI, Adriana. 2013. Trânsitos: brasileiras nos mercados transnacionais do sexo. Rio de Janeiro: EdUERJ.
RODRIGUES, André Rocha. 2015. “RUA DA FRENTE”: Avenida Getúlio Vargas como contexto na prostituição em São Carlos – SP. Dissertação, Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.
SALES, Ana Paula Luna. 2013. “Espaços de prostituição, espaços de dominação”. In:
SIMÕES, S.S.; SILVA, H. R. S.; MORAES, A. F. (orgs). Prostituição e outras formas de amor. Rio de Janeiro: EdUFF.
SILVA, Marco Aurélio. 2016. “O Carnaval das Identidades: homossexualidade e liminaridade na Ilha de Santa Catarina”. http://www.antropologia.com.br/arti/arti_ant.html, edição 22. Consulta em 23/03/2018.
TEDESCO, Letícia da Luz. 2008. Explorando o negócio do sexo: uma etnografia sobre as relações afetivas e comerciais entre prostitutas e agenciadores em Porto Alegre. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, PPGAS - NACI/UFRGS.
WAGNER, Roy. 2012. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac & Naify.
ZELIZER, Viviana A. 2009. “Dinheiro, poder e sexo”. Cad. Pagu [online]. n. 32, pp. 135-157.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista de Antropologia da UFSCar
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.