Contraceptivos Hormonais e a Supressão da Menstruação:

Uma descrição etnográfica das relações entre médicos e laboratórios farmacêuticos em congressos médicos

Autores

  • Daniela Manica

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v2i2.28

Palavras-chave:

contraceptivos, menstruação, antropologia da ciência, antropologia da saúde

Resumo

Este artigo é uma síntese de um dos capítulos de minha dissertação de mestrado (Manica 2003), na qual abordei o processo de lançamento no mercado farmacêutico de alguns dos contraceptivos hormonais que “prometiam” a supressão dos sangramentos menstruais. Minha pesquisa de campo consistiu, principalmente, na experiência etnográfica em dois congressos médicos, o 49o Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (49o CBGO) e o VII Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia (VII CPOG), ocorridos, respectivamente, em 2001 e 2002. O capítulo em questão resulta de um esforço de descrição etnográfica desses congressos (cujos pormenores, para os propósitos desse artigo, foram reduzidos) e de análise das diversas “associações” em jogo para a consolidação dessas redes aqui anunciadas (Latour 2007). Ao abordar parte da trajetória desses contraceptivos – no caso, sua discussão em congressos médicos – explicitam-se algumas das relações entre ginecologistas, laboratórios farmacêuticos e pacientes, e revela-se um contexto em que circulam determinadas concepções relativas a contracepção e gênero. Tendo em vista a legitimidade do conhecimento médico sobre o corpo humano, creio que cabe seguir a indicação de Rabinow sobre as estratégias de pesquisa a serem desenvolvidas pela Antropologia, tendo em vista uma “antropologização” do próprio “Ocidente,” que implica exotizar sistemas de saberes como as ciências (e a medicina) (Rabinow 1999:80). 

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Publicado

01-12-2010

Como Citar

Manica, D. (2010). Contraceptivos Hormonais e a Supressão da Menstruação:: Uma descrição etnográfica das relações entre médicos e laboratórios farmacêuticos em congressos médicos. Revista De Antropologia Da UFSCar, 2(2), 88–118. https://doi.org/10.52426/rau.v2i2.28

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