Saúde e Interculturalidade
A participação dos Agentes Indígenas de Saúde/AISs do Alto Xingu
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v1i1.6Palavras-chave:
antropologia da saúde, saúde indígena, etnologia indígena, agentes indígenas de saúde, alto XinguResumo
Dentro do contexto da reestruturação das políticas de saúde indígena ao longo dos últimos 20 anos no Brasil, e a conseqüente criação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas/DSEIs a partir de 1999, os Agentes Indígenas de Saúde/AISs aparecem como elementos centrais desse novo modelo de atenção à saúde indígena. Na medida em que são entendidos como possíveis “elos de ligação” ou “tradutores” entre os sistemas tradicionais e a biomedicina, observa-se que, exatamente pelo fato de ocuparem uma posição de “fronteira” entre distintos sistemas médico-terapêuticos, a atuação dos AISs está envolta em ambigüidades e conflitos de diversas naturezas. Neste artigo discuto como parte destas ambigüidades decorre da forma como é pensado o modelo de atuação dos AIS e mesmo o modelo de atenção à saúde indígena, conforme se percebe através da organização e da transmissão de conteúdos nos cursos de formação de AISs.
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