A vida “no veneno” nas histórias sobre mortes
Narrativas contadas por jovens sobre homicídios em Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v3i1.50Palavras-chave:
violência, narrativas, juventudesResumo
Neste trabalho são apresentadas as principais discussões realizadas na dissertação de mestrado da autora. Tal dissertação consistiu em uma análise de narrativas sobre homicídios que envolveram jovens em Santa Catarina. Os interlocutores da pesquisa eram jovens que se encontravam em regime de “privação de liberdade” (internação) para o cumprimento de medidas socioeducativas. No tocante a perspectiva teórica, focou-se a dimensão vivencial das situações nomeadas como “violências”, de maneira a pensar os homicídios praticados entre jovens a partir dos sujeitos sociais que emergem nas narrativas. Os interlocutores descreveram alguns casos de homicídios como “justificáveis”, passíveis de explicação e outros como “sem motivos”. Nas histórias sobre mortes, eles falaram também sobre suas próprias vidas no contexto do tráfico de drogas: a nada fácil “vida fácil”, os altos e baixos, o risco constante, a relação com a morte, as situações em que “é matar pra não morrer”.
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