Narrativas da territorialidade ancestral entre os Kaingang

incorporações espaçotemporais em uma perspectiva etnoarqueológica

Autores

  • Alexandre Magno de Aquino

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v8i2.170

Palavras-chave:

Etnoarqueologia, Kaingang, Rituais, Território

Resumo

A reivindicação dos Kaingang da aldeia no Morro do Osso, localizada em Porto Alegre, articula-se com a sequência de eventos que resultou na fundação da aldeia, quando os indígenas mobilizaram uma série de técnicas rituais, envolvendo as capacidades de liderança e o xamanismo, que levaram ao estabelecimento da aldeia e ao processo para regularização fundiária. Verifica-se que certos elementos adquiriram uma qualidade de índices de sua habitação ancestral nesse lugar, como a existência de cacos cerâmicos e um buraco subterrâneo (“abrigo indígena”), além de, entre outros, o “Pé de Deus” (uma pedra com uma cavidade na forma de um “pé” em sua superfície) e um “cemitério indígena”, ambos popularmente conhecidos na região. Nesse contexto, em que o sítio arqueológico fora entendido como uma “terra antiga” (ga si), a etnoarqueologia possibilita situar a configuração deste território em um aspecto mais amplo da territorialidade kaingang no lito- ral do Rio Grande do Sul, notadamente, a sua importância na constituição de um “aglomerado político-cerimonial interaldeão” (Aquino 2008). Propõe-se analisar as informações históricas e arqueológicas disponíveis, a partir das relações entre a cultura material, a prática social e a vida simbólica kaingang, considerando que a dinâmica sociopolítica e cosmológica kaingang, observada na vida cotidiana e extracotidiana, imbrica-se com as narrativas que são consideradas como parte das “histórias dos antigos”.

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Publicado

01-12-2016

Como Citar

Aquino, A. M. de. (2016). Narrativas da territorialidade ancestral entre os Kaingang: incorporações espaçotemporais em uma perspectiva etnoarqueológica. Revista De Antropologia Da UFSCar, 8(2), 87–110. https://doi.org/10.52426/rau.v8i2.170

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