Amiy
os Xikrin, os Marimbondos e os Outros
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v5i1.86Palavras-chave:
Kikrin, não-humanosResumo
A etnologia das Terras Baixas sul americanas, nas últimas décadas, através dos trabalhos de Descola (1986; 2005), Viveiros e Castro (1996; 2009) e Santos-Granero (2009), só para citar alguns dentre vários outros possíveis nomes, evidenciou a convivência de múltiplos agentes na experiência da cotidianidade dos povos ameríndios. Frente a essa proliferação, faz-se importante levar a sério tais agências e acompanhar as trajetórias seguidas pelos diferentes vetores. Ao longo desse texto, portanto, iremos acompanhar essas múltiplas conexões, as quais agem em um processo de recíproca ressonância, ou seja, a oscilação ou o movimento de uma, influencia a oscilação da outra. Na descrição que segue, porei em evidência como estes produzem o movimento dos outros: músicas, falas formais, marimbondos, plantas e pessoas, mas também pinturas corporais e animais. Dessa forma, quero evidenciar a possibilidade de observar o conjunto, composto por estes elementos em contínuo movimento, como um sistema que constantemente dinamiza movimentos de adaptação, os quais permitem trazer à vista uma multiplicidade de relações que abrangem diferentes âmbitos da cotidianidade Xikrin.
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