A transformação ambivalente da subjetividade política no sertão brasileiro

Autores

  • Aaron Ansell

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v7i2.145

Palavras-chave:

sertão, Piauí, democracia, clientelismo, eleições, saúde

Resumo

Este artigo argumenta que certas influências liberais advindas das políticas públicas recentes têm transformado a subjetividade política dos sertanejos piauienses. Esse povo mostra uma ambivalência perante o liberalismo. De um lado, a reformulação de gêneros locais de discurso político manifesta a internalização da crítica liberal do clientelismo político. Do outro lado, o engajamento do povo com os políticos durante as emergências de saúde sugere que o liberalismo inspira certas ansiedades perante a vida genérica dentro de um contexto de vida precária.

Referências

AGAMBEN, Georgio. 1998. Homo Sacer: Sovereign Power and Bare Life. Stanford: Stanford University Press. Translated by Daniel Heller-Roazen.

ANSELL, Aaron. 2014. Zero Hunger: Political Culture and Anti-Poverty Policy in Northeast Brazil. Chapel Hill: University of North Carolina Press.

AVRITZER, Leonardo. 2007. “Reforma Política e Participação no Brasil”. In: L. Avritzer & F. Anastasia (orgs.), Reforma Política no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG. pp. 35-45. Primeira Reimpressão.

BEZERRA, Marcos Otávio. 2001. “Políticos, Representações Política e Recursos Públicos”. Horizontes Antropológicos, 7(15):181-207.

BRESSER, Luiz Carlos Pereira. 1998. “Uma Reforma Gerencial da Administração Pública no Brasil”. Revista Serviço Público, 49(1):5-42.

CHAVES, Christine de Alencar. 2000. Festas da Política: Uma Etnografia da Modernidade no Sertão (Buritis-MG). Rio de Janeiro: Relume Dumará.

COLLINS, John E 2008. “Public Health, Patronage and National Culture: The Resuscitation and Commodification of Community Origins in Neoliberal Brazil”. Critique of Anthropology, 28(2):237-255.

COMERFORD, John Cunha. 1999. Fazendo a Luta: Sociabilidade, Fala e Rituais na Construção das Organizações Camponesas. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

FLEISCHER, David. 2007. “Coligações Eleitorais”. In: L. E. Avritzer & F. Anastasia (orgs.), Reforma Política no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG. pp. 142-147. Primeira Reimpressão.

FOSTER, George. 1963. “The Dyadic Contract in Tzintzuntzan II: Patron-Client Relationships”. American Anthropologist, 65:1280-1294.

FOUCAULT, Michel. 1977. Discipline and Punish: The Birth of the Prison. New York: Vintage Books.

GOLDMAN, Marcio. 2013. How Democracy Works: An Ethnographic Theory of Politics. Canon Pyon, UK: Sean Kingston Publishing.

HEREDIA, Beatriz M. A. de. 1996. “Política, Família e Comunidade”. In: M. Palmeira & M. Goldman (orgs.), Antropologia, Voto e Representação Política. Rio de Janeiro: Contra Capa. pp. 57-72.

HOLSTON, James. 2008. Insurgent Citizenship: Disjunctions of Democracy and Modernity in Brazil. Princeton: Princeton University Press.

LEMPERT, Michael. 2012. Discipline and Debate: The Language of Violence in a Tibbetan Buddhist Monestary. Berkeley: University of California Press.

MARQUES, Ana Claudia D. R. 1999. “Algumas Faces de Outros Eus. Honra e Patronagem na Antropologia do Mediterrâneo”. Mana, 5(1):131-147.

MARQUES, Ana Claudia D. R. 2013. “Founders, Ancestors, and Enemies: Memory, Family, Time, and Space in the Pernambuco Sertão”. Journal of the Royal Anthropological Institute, 19:716-733.

PALMEIRA, Moacir. 1992. “Voto: Racionalidade ou Significado?” Revista Brasileira de Ciências Sociais, 7(2):26-30.

PALMEIRA, Moacir. 1996. “Política, Facção e Voto”. In: M. Palmeira & M. Goldman (orgs.), Antropologia, Voto e Representação Política. Rio de Janeiro: Contra Capa. pp. 41-56.

RUTEN, Rosanne. 2007. “Losing Face in Philippine Labor Confrontations: How Shame May Inhibit Worker Activism”. In: L. Joseph, M. Mahler & J. Auyero (orgs.), New Perspectives in Political Ethnography. New York: Springer. pp. 37-59.

SANTOS, Adelcio Machado dos; PIACENTINI, Luciane. 2012. “A Captação Ilícita de Sufrágio”. Ponto de Vista Jurídico, 1(1):47-61.

SANTOS, Luiz A. dos. 1997. Reforma Administrativa no Contexto da Democracia: a PEC n 173/95, Suas Implicações e Adequação ao Estado Brasileiro. Brasília: DIAP.

SANTOS, Marlene de Jesus Silva. 2010. “Da Reforma Democrática à Reversão Neoliberal: Mudanças na Estrutura Administrativa Brasileira e as Potencialidades da Crise Econômica”. SER Social, 12(26):88-115.

SCHMITT, Carl. 2010. Political Theology: Four Chapters on the Concept of Sovereignty. Chicago: University of Chicago Press. Translated by George Schwab.

STOKES, Susan. 2005. “Perverse Accountability: A Formal Model of Machine Politics with Evidence from Argentina”. American Political Science Review, 99(3):315-325.

VILLELA, Jorge Mattar; MARQUES, Ana Cláudia. 2006. “Municipal Elections: Favor, Vote and Credit in the Pernambucan Sertão of Brazil”. The Latin Americanist, 49(2):25-63. Translated by Bruce Dean Willis.

Downloads

Publicado

01-12-2015

Como Citar

Ansell, A. (2015). A transformação ambivalente da subjetividade política no sertão brasileiro. Revista De Antropologia Da UFSCar, 7(2), 39–56. https://doi.org/10.52426/rau.v7i2.145

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.