Luzes antropológicas ao obscurantismo
uma agenda de pesquisa sobre o “Brasil profundo” em tempos de crise
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v8i2.166Palavras-chave:
Obscurantismo, Brasil profundo, periferia, evangélicosResumo
Das instituições democráticas às relações interpessoais, a sociedade brasileira vê-se diante de um colapso. O país atravessa uma crise profunda, que nos afeta enquanto sujeitos coletivos e pessoa moral. Nesse contexto, a Antropologia – essa ciência que vive da prática insistente da escuta – torna-se mais importante do que nunca, pois não se trata de uma crise exclusivamente econômica ou política, mas de um processo multidimensional. A tradição antropológica que se debruça tanto sobre a liminaridade quanto sobre as interpretações holistas da vida social precisa ser resgatada. Nesse momento crítico, é preciso produzir uma antropologia do Brasil profundo – tal como Kleinman et al. (2011) reivindi- cam sobre a China –, ou seja, perceber como transformações sociais afetam drasticamente a vida moral dos sujeitos e como eles respondem a esses processos.
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