Antropólogas gringas

deslocamentos e experiências de gênero e racialidade em contexto brasileiro

Autores

  • Ana Gretel Echazú
  • Cécilia Gutel

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v3i1.41

Palavras-chave:

Ethos antropológico, nacionalidade, raça, gênero, Brasil

Resumo

O presente trabalho tenta colocar em consideração, sob uma ótica reflexiva, as modificações na própria perspectiva de raça que duas jovens antropólogas (uma da Argentina, a outra da França) sofreram no decorrer das suas pesquisas no Brasil. Tais reflexões incluem uma análise do significado que o conceito de “raça” teve nos seus contextos antropológicos acadêmicos de origem, e o peso das noções corporais que apareceram nas  interações nos seus próprios campos de pesquisa e nas universidades locais com as quais  interagiram. Esse texto foi escrito à duas mãos, e com isso tenta resgatar a necessária polifonia da produção antropológica. Também coloca algumas divergências e conflitos no self representacional da antropologia, iluminando aspectos da sua diversidade focando especialmente a nacionalidade do antropólogo e a sua formação antropológica de origem.

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Publicado

01-06-2011

Como Citar

Echazú, A. G., & Gutel, C. (2011). Antropólogas gringas: deslocamentos e experiências de gênero e racialidade em contexto brasileiro. Revista De Antropologia Da UFSCar, 3(1), 127–144. https://doi.org/10.52426/rau.v3i1.41