Lutar e habitar a terra

um encontro entre autodemarcações e retomadas

Autores

  • Luísa Pontes Molina

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v9i1.178

Palavras-chave:

autodemarcação da terra, retomada de terra, política indígena, contra-Estado

Resumo

A que esforço imaginativo as políticas indígenas nos convidam? O presente artigo ex- plorará uma via de encontro entre autodemarcações e retomadas de terra ao examinar, de um lado, as cartas publicadas pelos índios Munduruku durante a autodemarcação da terra indígena Sawré Muybu (PA); e, de outro, a etnografia realizada junto aos Tupinambá da Serra do Padeiro (BA). Central nesse encontro, a articulação entre terra, vida e luta, enfatizada pelos discursos indígenas, iluminará ainda o esforço deste artigo em discutir a atualidade da tese clastreana do contra-Estado e em sugerir uma certa torção na abor- dagem que Ghassam Hage (2012) propõe ao pensamento antropológico crítico diante do imaginário político radical.

Referências

ALARCON, Daniela F. 2013a. O retorno da terra: as retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados Sobre as Américas. Brasília: Universidade de Brasília.

________. 2013b. A forma retomada: contribuições para o estudo das retomadas de terras, a partir do caso Tupinambá da Serra do Padeiro. In: RURIS - Revista do Centro de Estudos Rurais, v. 7, n. 1. pp. 99-124.

________. 2014. “A luta está no sangue e, além disso, os caboclos empurram”: participação de seres não humanos nas retomadas de terras na aldeia Tupinambá de Serra do Padeiro, Bahia. In: Pós - Revista Brasiliense de Pós-Graduação em Ciências Sociais. v. 13, n. 1. pp. 212-246.

ALARCON, Daniela; MILIKAN, Brent; TORRES, Mauricio (org.) 2016. Ocekadi: hidrelétricas, conflitos ambientais e resistência na bacia do Tapajós. Brasília, DF: International Rivers Brasil

BARBOSA, Gustavo. 2004. A socialidade contra o Estado. In: Revista de Antropologia, n. 47, v. 2, São Paulo: USP.

BOAVENTURA, Luis de Camões. 2016. Usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós: o alagamento da Terra Indígena Munduruku Daje Kapap E’Ipi e o soterramento da Constituição Federal de 1988. In: ALARCON, Daniela; MILIKAN, Brent; TORRES, Mauricio (org.) Ocekadi: hidrelétricas, conflitos ambientais e resistência na bacia do Tapajós. Brasília, DF: International Rivers Brasil

BRUM, Eliane. 2014. “Como rasgar a Constituição e massacrar índios, segundo o governo Dilma Rousseff”. In: Desacontecimentos. São Paulo, 27 nov. Disponível em:

CLASTRES, Pierre. 2003. A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify.

________. 2011. “Arqueologia da violência: a guerra nas sociedades primitivas”. In: Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify

COUTO, Patrícia N. A. 2008. Morada dos encantados: Identidade e religiosidade entre os Tupinambá da Serra do Padeiro, Buerarema, BA. Dissertação de mestrado (Antropologia). Salvador, Universidade Federal da Bahia.

DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Felix. 2008. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 5. São Paulo, Ed. 34, 2008.

FEARNSIDE, Philipe. 2016. Os planos para usinas hidrelétricas e hidrovias na bacia do Tapajós: uma combinação que implica a concretização dos piores impactos. In: ALARCON, Daniela; MILIKAN, Brent; TORRES, Mauricio (org.) Ocekadi: hidrelétricas, conflitos ambientais e resistência na bacia do Tapajós. Brasília, DF: International Rivers Brasil

GOLDMAN, Márcio. 2011. Pierre Clastres ou uma antropologia contra o Estado. In: Revista de Antropologia, n. 54, v. 2.

HAGE, Ghassan. 2012. “Critical anthropological thought and the radical political imaginary today”, In: Critique of anthropology [Online]. 2012 | 32, DOI: 10.1177/0308275X12449105; URL: http://coa.sagepub.com/content/32/3/285.

LIMA, Tânia S. & GOLDMAN, Márcio. 2003. Prefácio, in: CLASTRES, Pierre, A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política, São Paulo, Cosac Naify

MIRAS, Julia T. 2015. De terra(s) indígena(s) à Terra Indígena. O caso da demarcação Krikati. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Brasília: Universidade de Brasília.

MOLINA, Luísa Pontes. 2017 Terra, luta, vida: autodemarcações indígenas e afirmação da diferença. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Brasília: Universidade de Brasília.

POLLAK, Michael. 1989. Memória, esquecimento, silêncio. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v.2, no3, pp. 3-15.

SARAIVA, Leila. 2017. Não Leve Flores: Crônicas Etnográficas junto ao Movimento Passe Livre-DF. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Brasília: Universidade de Brasília.

SCHAVELZON, Salvador. 2011. “Terras altas e baixas na América do Sul: a criação de uma política ameríndia de multiplicidade”, In: Cadernos de Subjetividade, v. 8. São Paulo, PUCSP.

SZTUTMAN, Renato. 2013. “Metamorfoses do Contra-Estado: Pierre Clastres e as Políticas Ameríndias”, In: Ponto Urbe[Online], 13 | 2013. URL: http://pontourbe.revues. org/893; DOI: 10.4000/pontourbe.893, 2013.

________. 2012. O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens. São Paulo: Edusp/Fapesp.

UBINGER, Helen C. 2012. Os Tupinambá da Serra do Padeiro: Religiosidade e territorialidade na luta pela terra indígena. Dissertação de mestrado (Antropologia). Salvador, Universidade Federal da Bahia.

VIEGAS, Susana. 2007. Terra calada: Os Tupinambá na Mata Atlântica do sul da Bahia. Rio de Janeiro, Editora 7 Letras.

Downloads

Publicado

01-06-2017

Como Citar

Molina, L. P. (2017). Lutar e habitar a terra: um encontro entre autodemarcações e retomadas. Revista De Antropologia Da UFSCar, 9(1), 15–35. https://doi.org/10.52426/rau.v9i1.178

Edição

Seção

Dossiê Antropologia das T/terras

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.