De coexistências
sobre a constituição de lugares djeoromitxi
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v9i1.180Palavras-chave:
Lugar, Parentesco, chefia, não-humanos, Djeoromitxi.Resumo
O intuito deste artigo é adentrar numa investigação que considere os modos indígenas de viver e habitar n/a T/terra. Para tal, situo-me etnograficamente entre a constituição de lugares djeoromitxi (língua Macro-Jê, habitantes da Amazônia meridional) e sua história de invasão territorial, mortes por epidemias e deslocamento forçado. Os movimentos de fundação e re-fundação de aldeias, pós-hecatombe, envolvem relações intra-humanas e transespecíficas com seres - espíritos Donos de animais de caça, peixes, árvores, parentes mortos e espíritos malignos. A etnografia dos lugares djeoromitxi aponta para uma certa integralidade de terreno entre parentesco, política (chefia) e território. Essa integralida- de contém uma reflexão indígena sobre os não-indígenas.
Referências
AZANHA. 1984. A forma Timbira: Estrutura e Resistência. Dissertação de Mestrado, PPGAS, Universidade de São Paulo.
BONILLA, Oiara. 2006. “Topographies cosmiques et dpemarcations de terres indiennes: le cas des Paumari” In: I. Muzart-Fonseca dos Santos & D. Rolland (orgs.), La Terre au Bresil: de l’abolition de l’esclavage à la mondialisation. Nanterre: L’Harmattan. Pp. 137- 149 .
BONILLA, Oiara. 2016. “Parasitism and Subjection: Modes of Paumari Predaction”. In: M. Brigthman & C. Fausto & V. Grotti (orgs.): Ownership and Nurture: Studies in native Amazonian property relations. New York: Berghahn Books,.pp: 110-132
CASPAR, Franz. 1953. Tupari: entre os índios, nas florestas brasileiras. São Paulo: Melhora- mentos.
CASTRO, Thiago. 2012. Djeoromitxí: Notes on Phonology and Simple Noun Phrase Structure. Master of Arts. The University of Texas at Austin.
COELHO DE SOUZA, Marcela. 2014. “Conhecimento Indígena e Seus Conhecedores: uma ciência duas vezes concreta”. In: Carneiro da Cunha, Manuela & Cesarino, Pedro Niemeyer (Orgs.), Políticas Culturais e Povos Indígenas. São Paulo: Editora Unesp,.pp: 195- 218
________. s/d. A vida dos lugares entre os Kïsêdjê: toponímia como terminologia de relação.
COELHO DE SOUZA, Marcela. BARBI, Rafael Costa e Santos; FERNANDES, Janaína; LIMA, Daniela; MOLINA, Luísa; OLIVEIRA, Ester; LEWANDOWSKI, Andressa; SANTOS, Julia; MIRAS, Júlia; SOARES-PINTO, Nicole. 2016. T/terras indígenas e territórios conceituais: incursões etnográficas e controvérsias públicas. Projeto de pesquisa. Brasília.
DELEUZE, Gilles. & GUATARRI, Félix. 1997. “Acerca do Ritornelo”, in: Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 04. pp. 115-170
________. 2010. O Anti-Édipo.. São Paulo: Ed. 34
LEONEL Jr., Mauro de Mello. 1984. “Relatório de Avaliação das Comunidades Indígenas da Área Indígena do Guaporé: ex P.I. Ricardo Franco (Tupari, Makurap, Uari, Aruá, Jaboti, Arikapu, Mequem, Ajuru (Wayoró), Massacá, Canoé e Arara)”. Relatório FIPE: 154-163
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1996. Tristes Trópicos. São Paulo: Companhia das Letras
________. 2004. Do Mel às Cinzas (Mitológicas 2). São Paulo: Cosac Naify.
LIMA, Tânia Stolze. 2005. Um peixe olhou para mim: o povo Yudjá e a perspectiva. São Pau- lo: Editora UNESP; ISA: Rio de Janeiro: NUTI
MALDI, Denise. 1991. “O complexo cultural do marico: sociedades indígenas do rio Bran- co, Colorado e Mequens, afluentes do médio Guaporé”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi (Antropologia), 7(2): 209-269
NUNES, Eduardo S. 2013. “O território das onças e a aldeia dos brancos: lugar e perspectiva entre os Karajá de Buridina (Brasil Central)” Journal de la Société des Américanistes, v. 99: 135-164
PISSOLATO, Elizabeth. 2007. A duração da pessoa: Mobilidade, parentesco e xamanismo mbya (guarani). São Paulo: Editora UNESP; ISA: Rio de Janeiro: NUTI
PRICE, David. 1981. “The Indians of Southern Rondônia” In: Cultural Survival, In the Path of Polonoroeste: endangered Peoples of Western Brazil: Ocasional Paper. pp. 38-45
RAMO Y AFFONSO, Ana. 2014. De pessoas e palavras entre os Guarani-Mbya. Tese de doutorado, PPGAS, Universidade Federal Fluminense.
RIBEIRO, Michaela A. 2008. Dicionário Djeoromitxi-Português: registro da diversidade linguística do povo Jabuti. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Rondônia.
SÁ LEÃO, Maria Auxiliadora. 1985. Relatório Antropológico de demarcação da Terra Indígena Rio Guaporé. FUNAI.
SOARES-PINTO, Nicole. 2009. Do poder do sangue e da chicha: os Wajuru do Guaporé (Rondônia). Dissertação de mestrado, PPGAS, Universidade Federal do Paraná.
________. 2014. Entre as Teias do Marico: parentes e pajés djeoromitxi. Tese de Doutorado, PPGAS/Universidade de Brasília
________. 2015. “Como possuir uma taboquinha?”: Sobre a composição corporal dos pajés djeoromitxi.” Campos 16(1):75-98
________. 2016. “Terminologia de parentesco e casamento djeoromitxi: um caso ngawbe na Amazônia?”. Anuário Antropológico. v. 41: 123-151
VALENTIM, Marco Antônio. 2014. “Talvez eu não seja um homem – Antropomorfia e monstruosidade no pensamento ameríndio”. Campos 15(2): 9-26.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. “Atualização e contra-efetuação do virtual: o processo de parentesco”. In: E. Viveiros de Castro, A inconstância da Alma Selvagem: São Paulo: Cosac Naify. pp. 401-457
________. 2007. “The Crystal Forest: Notes on the Ontology of Amazonian spirits”. Inner Asia 9: 13-33.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Revista de Antropologia da UFSCar
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.