“Ninguém vem ao mundo a passeio”

notas sobre sacerdócio feminino, cura e cuidado em terreiros de “umbanda traçada”

Autores

  • Janderson Bax Carneiro
  • Sônia Maria Giacomini

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v12i1.340

Palavras-chave:

mães de santo, religiões de matriz africana, cuidado, sensibilidades, cura

Resumo

Através de material coletado durante pesquisa etnográfica em dois terreiros de “umbanda traçada” no Rio de Janeiro dirigidos por mulheres, esse artigo analisa as atribuições de mães de santo explorando as interseções entre dom, iniciação e poder de cura. O estatuto conferido ao corpo e às sensibilidades revelaram-se fundamentais na conformação dos sinais diacríticos do dom para o sacerdócio, apresentando-se sob dois planos distintos e correlatos: a) na experiência subjetiva do chamado espiritual; b) no reconhecimento social das potencialidades e habilidades necessárias à missão de mediar as forças sagradas. Os dados trazidos à luz sugerem que a noção de “cuidado” - associada à “caridade” e envolvendo a corporalidade e a sensorialidade - ocupa lugar central nesse universo religioso, pois permite articular os dois planos mencionados, fazendo com que o “cuidar” de si e o “cuidar” da divindade sejam elementos constitutivos de uma mesma missão.

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Publicado

01-06-2020

Como Citar

Carneiro, J. B., & Giacomini, S. M. (2020). “Ninguém vem ao mundo a passeio”: notas sobre sacerdócio feminino, cura e cuidado em terreiros de “umbanda traçada”. Revista De Antropologia Da UFSCar, 12(1), 280–302. https://doi.org/10.52426/rau.v12i1.340

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