Afeto e perigo
reflexões sobre máscaras e respiração em tempos de pandemia
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v13i2.399Palavras-chave:
Corpo, Contágio, Máscara, Respiração, CuidadoResumo
Neste artigo, analiso um artefato que se tornou cotidiano e que atua contendo aquilo que escapa às camadas da pele: a máscara. Para tanto, parto do quadro Os Amantes, de René Magritte, e de um relato etnográfico sobre um hospital de tratamento de tuberculose. À luz desses dois materiais, situo as tensões entre afeto e perigo geradas pelo contágio no contexto pandêmico, posicionando as máscaras como artefatos centrais para a gestão das misturas corporais. Argumento que, no contexto de pandemia, a máscara faz parte de um movimento mais amplo de proliferação de fronteiras que opera em diversas escalas, que tanto irradiam do corpo quanto nele reverberam. Compreendendo-as como parte deste movimento, foco especificamente no seu acoplamento com a respiração, atentando para a materialidade do seu funcionamento. Nesse sentido, exploro como a respiração emerge não apenas como um ponto de conexão entre nós e o mundo, mas também como um ato que faz da categoria de cuidado profícua para refletir sobre interdependência e corpo político, além de possibilitar imaginar um mundo por vir.
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