Além das coisas
o elogio da alienabilidade de Marcel Mauss
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v6i2.121Palavras-chave:
dom, mercadoria, Mauss, Marx, inalienabilidadeResumo
O artigo retoma a apresentação da circulação de objetos e pessoas em Marcel Mauss e indica que não só algum grau de inalienabilidade está nela presente, como tem sido reconhecido pela antropologia, mas também de alienabilidade, condição da comunicação. Dados o futuro do estado e a disseminação das relações de mercado, importa desvendar continuidades lógicas e históricas entre dom e mercadoria, que, argumento, estão em relação de transformação e de hierarquia. Mauss e K. Marx, cada um a seu modo, revelam especificidades da troca capitalista: Marx o aspecto ideológico da igualdade desta troca como falsa consciência, Mauss sua desigualdade e a inclusão nela mesma de formas não capitalistas de redistribuição, especialmente a previdência (privada e estatal), como compensações. Há assim complementariade tanto entre dom e mercadoria como entre Mauss e Marx. Este mostra ser o trabalho mercadoria, Mauss um dom, sacrificio: o trabalhador dá de si. Há uma teoria do valor implicita na teoria de Mauss do dom como inalienável, que deve ser considerada em relação à critica de Marx da alienação do trabalhador no modo de produção capitalista.
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