Entre “almas” e “caboclos”, um “povo só”
diferença e unidade numa ilha no Rio São Francisco
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v9i2.205Palavras-chave:
Almas, Caboclos, Territorialidade, SertãoResumo
Este artigo busca compreender como se dá a relação de um “povo” que habita uma ilha situada no trecho submédio do Rio São Francisco com suas “almas” e “caboclos”, com as quais não raro deparam-se no seu caminhar. Argumento que, a fim de tornar essa convivência possível, tal “povo” mobiliza uma espécie de ‘cartografia espiritual’ capaz de dar conta de um lugar que é sempre apreendido como em constante movimento. Ao mesmo tempo em que se pensam enquanto “um só povo”, o lugar onde convivem com “almas” e “caboclos” também é pensado a partir do mesmo movimento de ser “um só”. Nesse sentido, nessa ideia de unidade se expressa também sua ideia de diferença: ao lado de serem “um só” persiste a assunção de que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”.
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