Crianças indígenas da aldeia Pakurity e as moradias móveis

nova forma de resistência em área de retomada

Autores

  • Sônia Rocha Lucas
  • Antonio Hilario Aguilera Urquiza

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v11i1.285

Palavras-chave:

Criança Kaiowá, moradias móveis, retomada

Resumo

O texto apresenta a realidade vivenciada pelas crianças kaiowá em uma área de retomada na região de Dourados/MS. O objetivo é apresentar a questão da regulamentação fundiária e a situação das crianças em moradias móveis. Os procedimentos metodológicos serão aqueles próprios da Antropologia, como o trabalho de campo e, a partir dele, a observação participante, diário de campo e outras formas de registros. O estudo fundamenta-se em autores como Brand (1993, 1997), Pereira (2007, 2009), Crespe (2009), Cohn (2005) e Aguilera Urquiza (2013). Ao analisar a realidade do constante trânsito das crianças da aldeia Pakurity pudemos perceber a ausência do Estado, bem como a ausência de políticas públicas e, sobretudo, o desrespeito aos direitos humanos. Ao final deste artigo podemos constatar que na situação de ir-e-vir exigida pela forma de moradias móveis, os indígenas são unânimes em dizer, inclusive as crianças, que preferem morar na aldeia Pakurity

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Publicado

01-06-2019

Como Citar

Lucas, S. R., & Urquiza, A. H. A. (2019). Crianças indígenas da aldeia Pakurity e as moradias móveis: nova forma de resistência em área de retomada. Revista De Antropologia Da UFSCar, 11(1), 253–281. https://doi.org/10.52426/rau.v11i1.285

Edição

Seção

Dossiê: Crianças e Infâncias Indígenas

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