“Quer participar?”, ou sobre ritos e afetos no trabalho etnográfico
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v8i1.152Palavras-chave:
cristianismo, etnografia, metodologia, objetividade, ritualResumo
Este artigo trata de discutir algumas questões concernentes às possibilidades de posicionamento metodológico no trabalho etnográfico sobre um grupo protestante – a Igreja Adventista do Sétimo Dia – abordando o lugar a se ocupar e a forma pela qual proceder em situações-chave. Apresento na primeira parte alguns pontos da discussão antropológica sobre o método etnográfico buscando formular uma metáfora da etnografia como um jogo de imagens, perspectivas e posicionamentos do qual participam observador e observado. Na segunda parte – e utilizando como ilustração um episódio ritual –, argumento que uma abertura pessoal para a experiência (e perspectiva) nativa traz consigo a dupla necessidade de compreender o lugar do etnógrafo na visão dos fiéis e de operar uma interação mútua entre as imagens nativas e antropológicas acerca de sua presença em campo. Isso tudo visando garantir um posicionamento etnográfico que transite pelas diferentes experiências locais sem perder de vista as imagens geradas a partir do confronto de perspectivas entre etnógrafo e nativo.
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