Circulando como filho
etnografando relações familiares através dos bastidores de uma empresa circense
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v8i1.157Palavras-chave:
relações, maternidade, diferença, emoções, etnografiaResumo
Neste artigo1 descrevo tanto as características do vínculo maternal que tornou possível a minha pesquisa enquanto filho nos bastidores de um circo nos Estados Unidos quanto os vínculos que estabeleci em campo com as figuras que me queriam bem por quererem bem a minha mãe biológica, antiga dançarina do circo. Refiro-me, sobretudo, ao ex-namorado ucraniano de minha mãe, que foi considerado como meu pai. Isto aconteceu exclusivamente porque a minha presença neste lugar mobilizava afetos e contraprestações anteriores à existência da própria pesquisa. Dito de outro modo, interessa aqui cartografar poéticas atreladas ao fazer e desfazer de relações estabelecidas entre pessoas de diferentes origens nacionais, relações estas que passam a conformar uma família através de uma empresa transnacional. Busco forjar certa correlação entre moralidades, emoções e marcadores sociais da diferença, mais detidamente gênero, classe e nacionalidade/cultura, de modo a compreender como um “mundo comum” entre dois amantes, mãe e pai, pode persistir e então não mais.
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