Participação-imitação:
ensaio para um possível diálogo entre Lucien Lévy-Bruhl e Gabriel Tarde
DOI:
https://doi.org/10.52426/rau.v2i2.30Palavras-chave:
Lévy-Bruhl, Gabriel Tarde, representação coletiva, lei das imitações, Émile DurkheimResumo
Este artigo busca uma possível aproximação entre Lucien Lévy-Bruhl e Gabriel Tarde, partindo da hipótese de que o conceito de “participação-imitação,” de Lévy-Bruhl, estabelece um diálogo com as “leis da imitação” formuladas por Tarde. No decorrer da análise, entretanto, chega-se à conclusão de que os conceitos de “imitação” de ambos os autores dizem respeito a processos diferentes. Para Lévy-Bruhl, “participação-imitação” refere-se a uma dimensão “mística,” unindo imitador e imitado num só elemento, ao passo que para Tarde, a imitação pressupõe duas ou mais coisas diferentes que, no fluxo de crenças e desejos, ou assimilariam uma à outra, ou resultariam em inovações. As reflexões nos levam a concluir, dessa forma, que um diálogo entre esses autores é possível não tanto pela similitude desses conceitos, mas ao se tomar em conta que a ideia de “participação-imitação” e a de “leis das imitações” conduzem ambos os autores a propor alternativas críticas à noção de “representação coletiva,” de Émile Durkheim.
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